Você já reagiu mal a uma situação no trabalho ou enviou um e-mail com raiva do qual se arrependeu depois? Você não está sozinho.
Não importa quão bem-sucedidos sejamos, gerenciar nossas emoções pode ser desafiador, e as consequências podem afetar nosso trabalho e nossos relacionamentos.
O antigo ditado de “deixar suas emoções na porta” quando entra no local de trabalho não é realista. Emoções não são sapatos que podemos tirar. Na verdade, pesquisas mostram que emoções negativas impactam nossos relacionamentos, foco, atenção, memória, saúde física e mental e tomada de decisões.
O papel da inteligência emocional
A inteligência emocional (IE) é crucial para gerenciar esses desafios. Ela envolve três elementos principais: autoconsciência, autorregulação e conexões positivas.
A inteligência emocional pode melhorar significativamente o sucesso pessoal, como evidenciado por milhares de líderes treinados em IE na Yale School of Management. No livro "Sovereign", são exploradas estratégias baseadas na ciência para fortalecer essas habilidades e aumentar a IE rapidamente.
Aumentando a autoconsciência
A autoconsciência é a capacidade de reconhecer o que está acontecendo em sua mente e evitar comportamentos reativos ou impulsivos.
Essa habilidade pode prevenir desentendimentos nos relacionamentos e melhorar as interações.
Os neurocientistas chamam o processo de prestar atenção ao nosso estado interno de interocepção, mas muitas vezes falhamos em utilizá-lo.
Aqui está um exercício rápido para acessar a autoconsciência:
Perceba o estado do seu corpo: Avalie seu nível de energia, fome e áreas de tensão ou relaxamento.
Avalie seus pensamentos: Imagine seus pensamentos como carros em uma estrada. É uma rodovia movimentada ou uma estrada rural tranquila?
Identifique suas emoções: Classifique suas emoções em um espectro de agradáveis a desagradáveis e de intensas a não intensas.
Este exercício pode ajudá-lo a avaliar sua prontidão para as tarefas futuras. Por exemplo, se você tem uma reunião estressante, entender seu estado atual pode ajudá-lo a decidir se deve reagendar ou melhorar seu estado mental antes da reunião.
Praticando a autorregulação através da respiração
Exercícios de respiração são uma ferramenta poderosa para a regulação emocional. Pesquisas da Universidade de Yale e outros estudos mostram que esses exercícios podem reduzir rapidamente estados emocionais elevados. Tente alongar suas exalações para ativar o sistema nervoso parassimpático, que acalma você.
Um exercício simples: Feche os olhos, inspire por uma contagem de quatro e expire por uma contagem de oito por pelo menos dois minutos. Isso pode ajudá-lo a se manter calmo e composto durante situações estressantes.
Construindo conexões positivas
Conexões positivas podem nos deixar energizados e animados. Essas interações geralmente envolvem "energizadores positivos" que usam humildade, empatia, compaixão, honestidade, integridade e perdão para criar momentos de elevação. Até pequenos gestos como um elogio, uma risada ou um sorriso podem fazer uma diferença significativa.
Estudos mostram que energizadores positivos aumentam a produtividade organizacional e o bem-estar pessoal. Ao focar em elevar os outros, você também melhora seu próprio humor, desde que suas ações sejam autênticas.
Os benefícios da meditação regular
A prática regular de meditação pode melhorar ainda mais a inteligência emocional, fortalecendo áreas do cérebro relacionadas ao autocontrole, autoconsciência e regulação emocional.
Estudos de neurociência sugerem que a meditação ajuda a criar uma distância mental dos pensamentos e sentimentos, tornando as respostas menos reativas e mais habilidosas. Essa prática é comum entre líderes e CEOs bem-sucedidos.
Nossos relacionamentos profissionais são vitais, mas raramente recebemos treinamento formal sobre como nos relacionar com os outros. Cultivar a inteligência emocional—especialmente autoconsciência, autorregulação e conexões positivas—não só melhora nossas interações, mas também aumenta nosso bem-estar e capacidades de liderança.
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Referências
Goleman, D. (1995). Inteligência Emocional: Por Que Ela Pode Importar Mais Que o QI. Bantam Books.
Côté, S., & Miners, C. T. H. (2006). Emotional Intelligence, Cognitive Intelligence, and Job Performance. Administrative Science Quarterly, 51(1), 1-28. Link
Siegel, D. J. (2010). O Terapeuta Mindful: Um Guia Clínico para a Integração Neural e a Consciência. W. W. Norton & Company.
Fredrickson, B. L. (2001). The Role of Positive Emotions in Positive Psychology: The Broaden-and-Build Theory of Positive Emotions. American Psychologist, 56(3), 218-226. Link